sábado, 26 de março de 2011
'Forasteiras' vêm a Brasília defender o time de futebol do Ascoop/Icesp
Acaba o almoço, as louças são lavadas, e a sala com a televisão de 21 polegadas é o destino. “Será que tem algum jogo passando?”, pergunta a goleira Silvia, recém-chegada do Ceará. Na casa, de diferentes naturalidades e até nacionalidades — onde uma capixaba fala “uai” e uma norte-americana é craque no samba —, o futebol é a língua oficial. Érika Heffner, Fernanda Brito, Silvia Pereira, Jasmine Henderson e Nathane Fabem desembarcaram em Brasília para reforçar o time de futebol feminino da Ascoop/Icesp, sexto colocado na Copa do Brasil do ano passado e que vai disputar o Campeonato Brasiliense no mês que vem. Vivendo há pouco mais de 30 dias na cidade, elas dividem uma casa de dois quartos, paga pelo clube, em Taguatinga.
No local, o companheirismo faz tabela necessária com a paciência. Natural, afinal são cinco pessoas que mal se conheciam compartilhando o mesmo lar 24 horas por dia. A norte-americana Jasmine, que está no mesmo quarto da cearense Silvia, dorme em uma cama de casal. “É porque eu cheguei primeiro”, justifica. No outro cômodo, ficam as três meninas que já atuavam juntas no Atlético-MG: Érika e Fernanda, que nasceram em Belo Horizonte, e a capixaba Nathane. A última chegou à casa há uma semana, por isso está dormindo em um colchão no chão.
Elas acordam tarde e não escondem isso. Só saem da cama por volta das 11h. “A gente dorme tarde por causa da faculdade e fica muito cansada pelos treinos. Precisamos dormir”, justifica Érika. O almoço é feito pelas mãos de Nathane e Silvia. Érika não se arrisca nas panelas e fica encarregada de lavar as louças. O tempo livre até o treino quase diário das 15h30 elas gastam com televisão, videogame, internet e telefone. Principalmente para matar a saudade.
Érika terminou o namoro de três meses antes de vir para Brasília. O rapaz ficou em Belo Horizonte, mas as lembranças e um coração de pelúcia — presente dele — vieram com ela. Elesainda se falam pela internet. O contato com a família também é assim, restrito a telefonemas e à tela do computador.
Vaidosas, a preparação para os jogos exige bastante tempo. O cabelo leva presilhas e o gel que Jasmine trouxe da Califórnia “é o mesmo que o Beckham (jogador do Los Angeles Galaxy) usa”, orgulha-se a moça. No rosto, maquiagem à prova d’água. No caso, à prova de suor também.
A agenda das jovens ainda tem espaço para festas. No carnaval, Jasmine aprendeu a primeira música em português: nada menos do que o hit do verão Liga da justiça, da banda baiana LevaNóiz. O talento da meia-atacante não existe apenas dentro das quatro linhas. Jasmine é formada em artes cênicas pela Universidade de Bakersfield, da Califórnia. É cantora e compositora e já tem dois cadernos cheios de textos. Fernanda, Érika e Nathane também estão investindo na vida acadêmica. As três ganharam bolsa de estudos integral na faculdade que patrocina o Ascoop/Icesp. As duas primeiras cursam administração e Nathane, direito.
Fonte: Da redação do Super Esportes DF - Correio Braziliense
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário